Assembleia da Deus CONAMAD
Lição 07 – 18 de Novembro de 2012
Texto
Áureo
“Para o que (digo a verdade em Cristo, não
minto) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios na fé e na
verdade”. I Tm 2:7
Verdade
Aplicada
O anunciador das boas
novas deve estar preparado para ser uma luz na vida daqueles que ainda estão em
trevas.
Ousamos acrescentar que qualquer pessoa que se aproxime das
Doutrinas Bíblicas, que creia em Deus, em seu amor e em seu filho, que sempre
observe seu viver comparando-o com as ditas doutrinas. Logo, a parte que cabe a
Deus, brilhar seu Espírito, será feita. Todos os que assim fizerem, certamente
irão exalar, transpirar e deixar uma aura em torno de si que contagia, que
inflama os corações e que faz todo e qualquer espírito maligno se incomodar e se
contorcer.
Objetivos da
Lição
Mostrar o propósito de Cristo
com Paulo em relação aos gentios;
Revelar que Paulo foi um homem
preparado em questões profundas da salvação pela fé;
Inspirar uma fé inteligente e
viva no exercício do ministério eclesiástico.
Glossário
Epifania: aparição, manifestação;
Cisão: ação ou efeito de separar;
Vestes Paramentais: vestes com enfeites,
adornos.
Introdução
A chamada de Paulo para
pregar aos gentios não começa em Antioquia da Síria junto com Barnabé, na
verdade, começa com a visão celestial, em Damasco, que o conduziu por toda a
sua vida. A epifania experimentada, no caminho de Damasco, por Paulo foi para
ele uma aparição tão real do Senhor que ele se considerava tão apóstolo de
Jesus Cristo, quanto os que com Ele conviveram.
Entendemos ‘chamada’, como uma consciência
individual de uma obra específica de Deus na vida de uma pessoa, homem, mulher,
servo, chefe, líder, liderados, crianças, jovens, adultos ou velhos. Mas a
construção como elaboração de um plano superior, esta foi feita já na Fundação
do Mundo, a modo semelhante ao Cordeiro, preparado antes da mesma fundação. Ou
seja, muito antes de nossos mais remotos ancestrais aprenderem a falar, nossa
vida já estava na Mente de Deus! (Jr 1:5, Is 49:1 e 5, Ex 33:12 e 17, Ef 1:4)
1.
Pregador e Apóstolo
A autoridade de Paulo
repousa sobre sua chamada na aparição do Senhor Jesus no caminho de Damasco. É
muito interessante que ele não se permitia diminuir visto que entendia a operação
da graça em seu favor para a honra do apostolado, a fim de no serviço do
Senhor, conduzir as pessoas do mundo gentílico a crer em Cristo, e a Ele se
tornar obedientes (Rm 1:5).
Paulo provavelmente quis dizer que ele havia recebido
esta graça especial (dom) de ser um apóstolo. Ele introduziu o personagem e o âmbito
do que segue nesta epístola ligando seu apostolado com o Cristo ressuscitado.
Jesus, o descendente de David e sua ressurreição provaram que ele era o Messias
e o Senhor prometido no Antigo Testamento. Portanto, o Evangelho que Paulo pregou
como apostolo pode levar todas as pessoas, não apenas os judeus, a fé em Jesus Cristo. Não
os levou a obedecer a lei de Moisés. Obedecer a Deus confiando em Jesus Cristo é “por
amor de seu nome”, já que isto o glorifica.
Notas
del Dr. Thomas L. Constable sobre Romanos - Edición 2000 (tradução livre D.A.)
Pregador,
apóstolo e mestre dos gentios. Pelas
razões agora expostas, Paulo honra a si mesmo com vários títulos, para expressar
uma única coisa. Chama a si mesmo pregador ou arauto, porque a obrigação
do arauto é proclamar os mandados de príncipes e magistrados. A palavra apóstolo
se emprega aqui em seu sentido ordinário e restringido. Aliás, como existe
uma relação natural entre um mestre e seus discípulos, se junta também
este terceiro título, para que aquele que aprender dele saiba que tem um
mestre que lhes foi designado por Deus. E a quem ele declara que foi designado?
Aos gentios; porque o ponto principal da controvérsia era acerca deles,
porque os judeus negavam que as promessas da vida pertenceriam a outros salvo
aos filhos carnais de Abraão. Portanto, a fim de que a salvação dos gentios não
se pusesse em face de juízo, Paulo afirma que a eles havia sido designada
especialmente por Deus.
Comentario A La
Segunda Epístola de San Pablo a Timoteo - Juan Calvino
Também vale lembrar
quando ele se viu como que alguém que recebera tal dádiva de forma extra, fora
do tempo e das possibilidades: se viu como que um abortivo (I Co 15:8)
1.1. Apóstolo, um ministro de Cristo
A
crença na realidade da ressurreição era exatamente o caso de Paulo. A
ressurreição operava na sua vida, era uma realidade tão grande, que o
aprisionamento, a dor, e até a morte, não poderiam perturbar a serenidade do
apóstolo.
Paulo
poderia estar desanimado por estar preso. Afinal, a missão dele era
evangelizar. Mas o que por outro lado o animava é que a Palavra de Deus não
estava presa.
Os
governos e impérios, poderes terrenos, podem fazer calar os missionários e
pastores, mas não podem colocar um fim na operação que a Palavra de Deus faz no
ser humano, nos corações e nas suas consciências. Este é um processo que não
pode ser parado por nenhuma força humana. Não se pode deter ou aprisionar o
evangelho, ele é invencível.
E
de fato isso é a mais pura verdade, pois estamos estudando uma carta escrita
numa prisão. O homem que escreveu esta carta morreu, foi aprisionado. Mas ele
imaginaria a extensão das palavras dele? Ele imaginaria estas suas palavras
chegariam a milhões de pessoas em diversas épocas diferentes, inclusive hoje na
Igreja Presbiteriana do Jardim Maringá?
Paulo
suporta o sofrimento pelos eleitos. E isso nos ensina que não devemos ter medo
do sofrimento ou mesmo deixar se vencer pelas dificuldades de evangelizar
alguém. E aqui vemos que mesmo o sofrimento pode trazer em si uma tarefa, uma
missão.
Hoje
nossa situação pode não ser de prisão ou martírio. São outras circunstancias
que nos afligem. Doenças, preocupações, tristezas. Se nestes momentos de crise
a realidade da ressurreição de Cristo não nos domina, seremos pouco úteis para
a propagação do evangelho.
Paulo
viveu em sua dor e em sua perseguição uma tarefa de um mandato.
II
Timóteo - Igreja Presbiteriana do Jardim Maringá
Paulo expressa sua convicção de trabalho em I Coríntios 15:10 e de
padecimentos, angústias, dores e perseguições em II Timóteo 2:10. Paulo,
como a História da Igreja Primitiva nos confirma, foi de fato o Apóstolo dos
Gentios (comprova-se isto ao longo dos livros do NT e dos escritos históricos,
como os de Flavio Josefo).
1.2.
Pregador da Palavra de Cristo
O
alcance ou a intenção do apóstolo ao escrever aos Romanos parece ter sido
responder ao incrédulo e ensinar ao judeu crente; confirmar ao cristão e
converter o gentio idólatra; e mostrar ao convertido gentio como igual ao judeu
Enquanto a sua condição religiosa, e a sua categoria no favor divino. Estes
diversos desígnios se tratam opondo-se ao judeu infiel ou incrédulo, ou
discutindo com ele em favor do cristão ou do crente gentio. Estabelece
claramente que a forma em que
Deus aceita o pecador, ou o justifica ante seus olhos, é
somente pela graça, por meio da fé na justiça de Cristo, sem acepção de nações.
Esta doutrina é aclarada a partir das objeções apresentadas pelos cristãos
judaizantes que favoreciam as condições da aceitação com Deus por meio de uma
mistura da lei e do evangelho, excluindo os gentios de toda participação nas
bênçãos da salvação efetuada pelo Messias. Na conclusão, põe mais ainda em
vigência a santidade por meio das exortações práticas.
Comentario Biblico Conciso NT Matthew Henry - Matthew
Henry – CPAD
Logo
depois de cumprimentar os irmãos da Igreja em Roma, destinatários diretos das
orientações da missiva, o apóstolo Paulo, com sua típica saudação acompanhada
de ação de graças, fazendo uso da autoridade do Antigo Testamento (Hc 2.4), e
apresenta o tema central de sua carta: a justificação vem pela fé em Jesus Cristo, o
Messias.
Assim,
mais formal que as demais epístolas de Paulo, a carta aos Romanos apresenta de
maneira profunda e sistemática a doutrina da justificação pela fé (e seus
desdobramentos). Paulo escreve para uma igreja a qual não havia fundado, nem
nunca estivera antes, embora lá tivesse alguns amigos chegados. Além disso, a
igreja, que era predominantemente gentílica, estava agindo de forma intolerante
contra os judeus cristãos que se sentiam constrangidos a obedecer às regras
alimentares e datas cerimoniais da tradição religiosa judaica (14.1-6).
A
base dos argumentos de Paulo é a longânime, infalível e eterna justiça de Deus
(1.16-17). A partir dessa constatação, seguem-se várias abordagens doutrinais
fundamentais: a revelação natural (1.19-20); a universalidade do pecado
(3.9-20); a plenitude da graça divina na justificação de todo ser humano
(3.24), mediante o sacrifício expiatório de Jesus (3.25), por meio da fé (cap.
4); a questão do pecado original (5.12-20); a união com Cristo (cap. 6); a
eleição e rejeição de Israel (caps. 9-11); o uso dos dons espirituais (
12.3-9); e o respeito às autoridades ( 13.1-7).
É
importante notar que Paulo escreveu aos Romanos também com a visão de preparar
o caminho para sua iminente viagem a Roma e para a missão que ainda pretendia
realizar na Espanha (1.10-15; 15.22-29).
Introdução
Aos Romanos – www.files.caminhandocomjesuscristo.webnode.com.br
Não saberíamos de nosso direito (pela Graça, é bom lembrar)
à Salvação, se não fosse pela pregação e pelas Escrituras. Como ouviremos, se
não há quem pregue? (Rm 10:14) Aqueles que anunciam as Boas-Novas, são pessoas
muito agraciadas por Deus por portarem em si esta dádiva (Is 52:7). Mas, tais
felizardos não devem se vangloriar, como que sendo dignos de recompensas ou
como que sendo grandes realizadores de benfeitorias (I Co 9:16). Como disse
Paulo, é uma obrigação!
1.3. A
Palavra de Cristo nele fez a diferença
Uma profecia de Is. 49:6,
que originalmente se aplicava ao servo do Senhor, foi aplicada aqui aos
apóstolos, que estavam levando luz aos gentios. (Moody)
Comentário
Bíblico Moody AT/NT – Editora Batista Regular
...Os judeus simplesmente não podiam aceitar um ensino
religioso que conduzia a tão grande abertura. Podiam aceitar uma mensagem como vinda de Deus para eles mesmos e seus
prosélitos, e tolerar uma pequena mudança em seus ensinos e práticas, mas de modo algum poderiam suportar que os gentios
passassem a ocupar a mesma posição
do antigo povo de Deus. Assim, "blasfemando, contradiziam o que Paulo falava (v. 45:
"falavam contra o que Paulo estava
dizendo e insultavam", diz o grego; cp. 18:6). Não ficou declarado a quem insultavam, ou contra quem blasfemavam.
Talvez fosse Paulo o alvo, ou seus
ensinos; quem sabe negavam que Jesus fosse o Cristo (veja a disc. sobre os vv. 38s.).
Por outro lado, os gentios
estavam entusiasmados sobre o que haviam ouvido (v. 48), o que pareceu tirar toda dúvida da mente dos dois
missionários de que os gentios estavam nos planos de Deus para que
"resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo" (2 Coríntios
4:4). Israel havia sido chamado para levar tal luz aos povos, mas Israel, representado por aquela sinagoga na Antioquia da
Pisídia, havia rejeitado esse papel (o mesmo verbo,
"rejeitar", encontra-se aqui e em Romanos 11:1, 2), pelo que essa tarefa havia passado à igreja. Tal percepção se expressa em termos de Isaías 49:6 (ligeiramente
abreviado), tirado do segundo cântico
do Servo. O significado original de Servo é incerto, mas a mais antiga interpretação é que representa
Israel, havendo evidências literárias
disso (veja a disc. sobre 8:32-35, e também a nota sobre 3:13). Esta é a interpretação adotada por Paulo, com a
diferença que ele a aplica à igreja.
A igreja deve ser luz dos gentios (v. 47). Que aquele cântico do Servo deva ser interpretado assim, e o outro, o
último, como referindo-se ao Messias
(veja a disc. sobre 8:32-35 e as notas), pode parecer esquisito, mas o intérprete judeu (e o cristão) não sentiu
nenhuma necessidade de ser coerente
na interpretação das Escrituras.
Novo
Comentário Bíblico Contemporâneo Atos - David J. Williams – Ed. Vida
A mesma mensagem que em muitos entra ‘aparentemente’ sem
fazer efeito (em vários ouvidos, sem contudo entrar no coração e na alma), em
outras pessoas faz uma gigantesca transformação: liberta das opressões
malignas, dos desejos suicidas (drogas, criminalidades, depravações, violências
e etc.), da Depressão, da Solidão e do Inferno. Como isso pode ser? Nos que a
plantaram em bom solo, havia um desejo de saber mais, de acreditar e de
valorização: havia a Fé misturada! (Hb 4:2)
2. Doutor
na Fé
A expressão “doutor dos
gentios na fé” significa instrutor ou “mestre” como é traduzida na Bíblia ARC
(Almeida Revista e Corrigida). Paulo em 1Tm 2.7 considera-se um mestre na fé e
não na crença. Embora pareça ser a mesma coisa, não é. Pois a prática da crença
religiosa não envolve necessariamente uma fé viva, capaz de salvar o indivíduo,
nem tampouco toda crença religiosa se ocupa com a salvação da alma das pessoas;
a fé faz parte da espiritualidade; a crença faz parte da religiosidade.
Todavia, a Palavra de Cristo promove a fé, salvando a pessoa do seu pecado, do
seu vazio, e da falta da comunhão com Deus, aperfeiçoando-o nas boas obras.
e mestre dos gentios – Comparem At 9:15; 26:17; Rm
11:13; 15:15-18; Gl 2:7,8; Ef 3:1.
Com o uso do termo
"mestre" se dá ênfase ao processo de fazer chegar a verdade às pessoas,
o qual é o de ensinar. Comparem João 6:44,45; At 5:28. O Evangelho se ensina!
Não apenas se prega. Os que fazem mutuamente exclusivos os termos "evangelho"
e "doutrina", juntamente com as ações "pregar" e "ensinar",
afirmando que o Evangelho (que segundo eles é importante para que haja
comunhão) se prega, e que a doutrina (que segundo eles não importa tanto
para a comunhão) se ensina, erram de grande maneira!
Notas Sobre
I Timoteo - Bill H.
Reeves - Hopkinsville, U.S.A
Pois há
um só Mediador entre Deus e os homens (5a)
1) Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em
resgate de todos (5b-6a)
2) Para testemunhar em tempos oportunos, para isto
Paulo foi designado
pregador e apóstolo (6b-7a)
a) Paulo fala a verdade em Cristo e não está
mentindo (7b)
b) Um mestre dos gentios na fé e
na verdade (7c)
A
Primeira Epístola À Timóteo - Mark A.
Copeland - Tradução por Megan Allan Pinto, 2006
2.1.
Paulo, um especialista na Fé Salvadora
A Fé Salvadora, na qual Paulo era habilitado e doutor, nos
foi mostrada como a Justiça de Deus (Rm 1:17) geralmente se refere àquela
indispensável, única e eterna, que nos fala tanto de misericórdia como justiça,
propriamente. A mesma justiça que Abraão não alcançou com obras e sacrifícios,
mas pela fé que Paulo ensinou. Esta justiça que condena o pecado no pecador (e
o levará ao Inferno, se assim prosseguir), também o justifica e salva somente
na pessoa de Cristo, é indispensável lembrar. No verso 18, vemos a revelação
disto: a Ira, pelo Antigo Testamento (A Lei) e a Justiça pelo Novo Testamento
(O Evangelho). No AT havia justiça, como no NT é mostrada a Ira vindoura: Deus
é completo, pleno e se revela em todas as eras.
De fé em fé (v.17), nos ensina que a Revelação Divina está
aumentando de século em século, de década em década, até a plenitude (At
17:30). E já estamos bem avançados nisto (Gl 4:4), mas ainda não vemos como
será plenamente (I C13:12), contudo sabemos que será tremendamente maior (Ef
1:10), até nos equipararmos ao Mestre (Ef 4:13).
2.2. Paulo
expõe a fé com base firme
Há muito a ser dito da Fé, da Esperança e do Mundo Vindouro.
Contudo, o Mundo e seus esquemas, sistemas e ardis, nos fala daquilo que lhe
convém. Não nos introduz após a maioridade (18 anos), nem após nosso letramento
( aproximadamente aos 9 -11): ele nos inicia ainda ANTES do ventre. Ele nos
prepara todo um império de doutrinas e ensinos, ao ponto de nossa mãe nos
passar isto ainda no ventre, o que é facilmente constatado em artigos,
documentários e dicas de saúde (evitar intrigas, aborrecimentos, esforço
físico, bebidas, fumo e etc. durante a gestação: tudo é passado ao feto; até as
palavras! Sejam elas boas, ruins ou depressivas). Queremos alertar para a
necessidade de uma base firme na fé. Não aconselhamos a que alguém se torne um
Apologeta rude e incisivo ou provocador e nem que “derrota” qualquer um.
Exortamos a que tenha-se amor, ânimo, virtude e devoção em permanecer, ensinar,
explicar e tornar a falar tantas e quantas vezes formos convocados a isto, como
vemos em toda a Bíblia e no ministério de Paulo.
2.3. Paulo
explica a razão de seu método
As pessoas da igreja em Corinto, porém, ouviram o
chamado de Deus que os escolheu. Seguiram-lhe quando passaram a crer no Messias
crucificado e se deixaram salvar da perdição. Agora se afirma sobre elas: “A
partir de Deus estais em
Cristo Jesus”[tradução do autor]. Eles, os “que não são”,
agora “são” algo, mas obviamente não em si mesmos, apenas “em Cristo Jesus”. “Estar
em Cristo Jesus”
é a única existência verdadeira que os “nadas” podem ter. Eles a têm “a
partir de Deus”, do Deus maravilhoso, que “chama à existência as coisas que
não existem” (Rm 4.17), e que criou do nada todo o imenso mundo. Neles
aconteceu a nova criação (2Co 5.17). Nessa cidade portuária rica, próspera e
cheia de vícios eles, os tolos, os fracos, os não-nobres, os desprezados, os “nadas”
são agora a igreja do Deus vivo, os herdeiros da glória eterna. Em si mesmos não são nada e não têm nada a exibir. Porém estão “em Cristo Jesus”.
Ele é seu verdadeiro espaço de vida, seu elemento vital, e ele mesmo é, a
partir de Deus, a “sabedoria para nós”, sim, também “a justiça e
santificação e redenção”.
Logo são “loucos, não-nobres,
desprezados” de fato apenas quando vistos na perspectiva do “mundo”. “Em Jesus”
e “a partir de Deus”, porém, são verdadeiramente sábios, fortes, nobres e
valorizados. Não são assim somente numa avaliação amistosa que recebem de Deus,
mas numa realidade que já se mostra agora em sua vida. É uma circunstância
maravilhosa, repetidamente verificável, que em Jesus as pessoas humildes, que
no mundo não são nada importantes, possuem uma admirável “sabedoria” e
em seu conhecimento de Deus superam os maiores pensadores da humanidade.
Contudo, essa “sabedoria”, um
conhecimento veraz do Deus vivo, não é coisa intelectual, mas abrange e
determina o ser humano todo. Por essa razão Paulo acrescenta de imediato “justiça”
e “santificação” a título de explicação para a “sabedoria”. O
Senhor crucificado, que carregou nossa culpa, nos concede a justiça, sim, ainda
mais, ele mesmo é nossa “justiça” perante Deus. Por isso possuímos de forma tão
inatacável e segura a justiça, esse fundamento necessário sempre que estamos
perante Deus, oramos a ele, contamos com Deus – porque não a temos em nós
mesmos mas no próprio Jesus. Jesus, no entanto, também é nossa “santificação”
ou, como também podemos traduzir, “nossa santidade”. Ouvimo-lo já no v. 2:
Somos “santificados em
Cristo Jesus”. Também nossa santificação e seu resultado, a
santidade, não são realização nossa. Se assim fosse, como seria precária!
Agora, porém, estamos incessantemente na santificação, desde que estejamos
incessantemente em
Cristo Jesus. Por isso o v. 30 é uma importante base para uma
doutrina realmente “evangélica” da santificação. Nele, como em Rm 6, ela não
representa uma nova “lei”, mas a própria pessoa de Jesus e nossa ligação com
ele, sobre as quais se alicerça a possibilidade e realidade de uma nova vida.
Contudo Jesus também é nossa “redenção”.
Jesus esmagou a cabeça da serpente e anulou o poder da morte. O triunfo dele é
nosso, porque é quando estamos “nele”. Já agora Jesus é manifesto de múltiplas
maneiras como nossa “redenção”. Quanta redenção, quanta liberdade e quanta
vitória encontram-se na vida de cada cristão. Obviamente também ainda somos
pessoas que “aguardam” (v. 7). Contudo a nova “revelação de nosso Senhor Jesus
Cristo” (v. 7) mostrará como realidade visível em nós e em tudo que estaremos
totalmente justos, totalmente santos, totalmente redimidos de toda perdição
como “irrepreensíveis” (v. 8) diante dele.
31 Quem compreendeu essa
verdade não pode silenciar, tem de cantar e anunciá-lo, tem de ser uma pessoa
que “glorifica”. Não existe verdadeira vida de fé sem “glorificar”. Não podemos
permanecer calados sobre o que Deus nos outorgou e sobre seu terno milagre, não
podemos falar disso com requintada discrição. Essas infinitas glórias impelem a
“glorificar”. Contudo esse louvor é algo completamente diferente do que o “gloriar-se”
da carne. Aqui se cumpriu a palavra que Deus disse e escreveu no passado por
meio de Jeremias (Jr 9.24): “Aquele que se gloria, glorie-se do Senhor.” Agora
unicamente Deus é grande! Agora foi restabelecida a condição certa, inicial, em que Deus está no centro,
o nome de Deus ressoa, Deus é glorificado como Deus e agradecemos a ele, em que Deus já começa a se
tornar “tudo em todos” (1Co 15.28). Isso, porém, é realização unicamente das “coisas
loucas de Deus” e das “coisas fracas de Deus” pela “palavra da cruz”.
Comentário
Bíblico Esperança NT - Editora Evangélica Esperança
Vemos na Primeira Carta aos Coríntios qual era o método de
Paulo: falava de Sabedoria, Justiça, Santificação e Redenção, sempre em Deus. Assim, ele pode
concluir que ao nos gloriarmos, teria de ser também em Deus (“no Senhor”). De
fato ele era mestre do Senhor, pelo Senhor, para o Senhor e com o Senhor o
guiando, tudo para a glorificação do Senhor. Aleluia!
3. Doutor
na Verdade
Devemos lembrar que os
líderes de sinagogas e fariseus eram muito proselitistas entre os gentios,
tendo pessoas que frequentavam a sinagoga, mas que não aderiam ao judaísmo por
causa da dolorosa circuncisão que era requerida. Quando nossos campeões
pregaram a palavra da fé, não tocaram nesse assunto, logo, estava implícito que
desobrigaram aqueles, dentre os gentios, que se convertiam a Cristo, ao ato da
circuncisão. Com isso eles ficaram felizes! Era esse o público alvo de Paulo,
mas dentre eles, vinham muitos judeus também.
De formas e métodos totalmente contrários, agora vinha
Paulo, Barnabé e demais mestres, pregando às massas, o que gerava massas de
novos conversos e sem as dores da Circuncisão. Algo totalmente contrário aos
métodos da religião que dominava até então! Além de tudo isto, exaltavam o
‘impostor’ ‘justamente’ condenado, Jesus, como Deus e Senhor soberano e não se
voltavam aos poderosos e influentes políticos e estadistas, mas aos
quebrantados, pobres e desejosos de justiça, ricos ou pobres. Nisto Paulo
inigualavelmente era doutor.
3.1.
Advogados dos gentios
Uns da
Judéia ensinavam aos gentios convertidos da Antioquia que não poderiam ser
salvos a menos que observassem toda a lei cerimonial, tal como fora dada por
Moisés; deste modo procuravam destruir a liberdade cristã. Temos uma estranha
tendência a pensar que os que não fazem como nós, fazem tudo errado. Sua doutrina
era muito desalentadora. Os homens sábios e bons desejam evitar as contendas e
os debates até onde possam, mas quando os falsos mestres se opõem às principais
verdades do evangelho ou trazem doutrinas nocivas, não devemos deixar de
resisti-lhes.
Comentario Biblico Conciso NT Matthew Henry - Matthew
Henry – CPAD
Vemos como é indispensável a base doutrinária firme, a
revelação e direção do Espírito Santo a desviar dos tropeços e o quebrantamento
de coração para mudar práticas equivocadas ou inventadas! Quantos rachas em
ministérios, divisões e intrigas seriam evitados se todos os líderes modernos
não fossem tão demorados em se aterem e tomarem medidas no que ocorre no Corpo
Local, doutrinariamente falando. Se de um lado o povo gosta de invencionices e
o Diabo ajuda a criar mais, de outro há extrema indolência de líderes que se
aplicam somente ao número de membros e de saldos financeiros. Como lemos na
revista: raposas e raposinhas.
3.2. A
primeira assembleia
A
Fenícia havia sido evangelizada ao mesmo tempo em que a igreja se estabelecera
em Antioquia (11:19; cp. também 21:3ss., 7), de modo que em todos esses
centros, bem como em Samaria (cp. 8:25), havia comunidades cristãs a serem
visitadas e notificadas sobre a conversão dos gentios (v. 3). O verbo grego dá
a entender que o relato foi feito com minúcias (ocorre só aqui e em 13:41), e
sem exceção; as notícias trouxeram alegria a todos quantos as ouviram (v. 3;
veja a disc. sobre 3:8). Quando os delegados chegaram a Jerusalém, levavam todo
o peso, digamos assim, do apoio das igrejas do norte.
A
delegação de Antioquia foi recepcionada pela igreja reunida e seus líderes
(alguns comentaristas têm a impressão de que esta acolhida teria sido mais
restrita), e de novo relatou a história de quão grandes coisas Deus tinha feito
com eles (v. 4, lit, "com eles"; cp. 14:27; em 15:12 é "por meio
deles"). Observe a ênfase nesses relatos da mão de Deus na questão, com a
implicação de que, se Deus havia abençoado a obra, era sua intenção clara que
os gentios fossem recebidos livremente. Nem todos ali presentes concordaram com
esta lógica, pois foram rápidos em expor seu ponto de vista. Talvez baseassem
seu ensino em passagens como Êxodo 12:48s. e Isaías 56:6, ao declarar que era
necessário (gr. dei; veja a disc. sobre 1:16) circuncidar os gentios e
obrigá-los a cumprir a lei. Afirmou-se que a aliança mencionada em Isaías 56:6
era a da circuncisão. Os advogados da circuncisão eram da seita dos fariseus,
que tinham crido — esta é a primeira menção de convertidos dessa seita, além de
Paulo (v. 5). Eram crentes, tinham crido — o particípio presente tem a intenção
talvez de enfatizar a realidade de sua fé (veja a disc. sobre 14:23), a saber,
estavam perfeitamente convencidos de que Jesus era o Messias, embora ainda
pensassem nele como o rei de Israel, do qual os gentios seriam excluídos se não
aceitassem sua lei (cp. 1:6).
Novo
Comentário Bíblico Contemporâneo Atos - David J. Williams – Ed. Vida
A igreja em Jerusalém
recebeu bem a delegação e ouviu sua história sobre o sucesso da igreja gentia
em Antioquia e a missão gentia na Galácia. Os convertidos fariseus fizeram suas
críticas, mantendo sua posição que os convertidos gentios deviam se tornar
judeus e aceitar a lei de Moisés.
Isso provocou uma
assembléia formal dos apóstolos e presbíteros com a delegação de
Antioquia. Os versículos 12, 22, entretanto, dão a entender que a igreja
participou como um todo na decisão.
Comentário
Bíblico Moody AT/NT – Editora Batista Regular
Devido ao erro doutrinário visto no item anterior, o
problema da circuncisão, na igreja de Jerusalém, foi extremamente necessário e
urgente que os apóstolos e presbíteros se reunissem para tratar isto. Tais
mestres estavam tentando obrigar a observância da lei cerimonial nos crentes
gentios. Durante a reunião, Barnabé e Paulo relataram sobre seu trabalho entre
os povos gentios. Conforme os trechos de comentários acima, a igreja (membros
em geral) teriam participado da assembleia e dado parecer.
3.3.
Anunciando uma nova disposição
Paulo sintetiza sua atitude
diante da questão da circuncisão numa fórmula orientadora. Pois nem a
circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão. Uma formulação similar já
ocorreu em 1Co 7.18 e em Gl 5.6 (cf. ali o comentário). Aqui se diz o que é e o
que vale positivamente alguma coisa, porém de modo diferente daquelas
passagens: mas o ser nova criatura. Jesus “reconciliou a ambos (judeus e
gentios) por meio da cruz com Deus num só corpo. Ele derrubou pela sua morte a
parede de separação da inimizade. Ele aboliu a lei com seus mandamentos e
exigências, para criar a ambos em sua pessoa como um novo ser humano” (Ef
2.14-16 [tradução do autor]). Por isso, obrigar uma igreja que sabe que é fruto
dessa nova criação de Deus a aceitar mais uma vez a circuncisão é tão insensato
quanto costurar um pano novo num vestido velho ou derramar novo vinho em odres
velhos (Mc 2.21,22).
Comentário
Bíblico Esperança NT - Editora Evangélica Esperança
Aqui, a comunidade dos cristãos (apóstolos, discípulos além
de alguns frequentadores e estudiosos não convertidos) começava a ter
personalidade e características diferentes do cerimonial judaico, do qual
estava brotando e se desprendendo. Vemos Pedro, mais tarde, não sabendo a quem
agradar: se a Deus (não se importando com ‘entidimentos’ humanos), se aos
judeus ou se aos irmãos ‘em geral’ (especialmente gentios). O que Paulo ao ver,
teve que repreender severamente.
Conclusão
O propósito de Paulo
entre os gentios foi ensinar sobre a salvação sem a necessidade dos adereços da
Lei. Com preparo teológico relevante, o apóstolo ensinou eficientemente ao seu
público alvo, inspirando uma fé contagiante e inteligente entre os gentios.
Suas pregações e cartas conseguiram apresentar a Jesus Cristo como Filho de
Deus, poder de Deus e sabedoria de Deus a humanidade. Graças a Deus pelo
empenho e dedicação desse apóstolo que foi um instrumento poderoso nas mãos do
Senhor.
Fontes:
Bíblia Sagrada ARC/ARA/ACF/TB/BV/NTLH/NVI/RV
Revista: Apóstolo Paulo – Editora Betel – 4º
Trimestre 2012 – Lição 07
II Timóteo - Igreja
Presbiteriana do Jardim Maringá
Comentário Bíblico
Esperança NT - Editora Evangélica Esperança
Comentario Biblico Conciso NT Matthew Henry -
Matthew Henry – CPAD
Comentário Bíblico
Moody AT/NT – Editora Batista Regular
Novo
Comentário Bíblico Contemporâneo Atos - David J. Williams – Ed. Vida
A Primeira Epístola À Timóteo - Mark A. Copeland - Tradução por Megan Allan
Pinto, 2006
Introdução Aos Romanos
– www.files.caminhandocomjesuscristo
.webnode.com.br
Espanhol (tradução livre D.A.)
Notas del Dr. Thomas L. Constable sobre Romanos - Edición 2000
Comentario
A La Segunda Epístola
de San Pablo a Timoteo - Juan Calvino
Notas Sobre I Timoteo
- Bill H.
Reeves - Hopkinsville, U.S.A
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